quinta-feira, 22 de março de 2012

José Celso Martinez Correa estará em Natal no Dia Mundial do Teatro

 

Comemorações também serão alusivas aos 108 anos do Teatro Alberto Maranhão

O diretor artístico do Teatro Oficina e presidente da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, José Celso Martinez Correa, estará em Natal entre os dias 26 e 27 de março como convidado ilustre da Secretaria Extraordinária de Cultura do RN e Fundação José Augusto (Secultrn/FJA), para as comemorações dos 108 anos do Teatro Alberto Maranhão (TAM) - completados no dia 24 de março - e do Dia Mundial do Teatro, lembrado em 27 de março. Na segunda-feira, 26, José Celso Martinez Correa fará uma oficina aberta a atores e performers, no próprio TAM, a partir das 14h. As inscrições devem ser feitas previamente no número 84 3232 9702. Já no Dia Mundial do Teatro, o diretor fará uma palestra aberta ao público, a partir das 20h, também no TAM, entrada gratuita.



Em 2012 o Teatro Oficina completa 54 anos de existência e mantém-se em plena atividade artística e social. Surgido em 1958, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco o grupo passou por diversas fases. A profissionalização aconteceu a partir de 1961, na época dos "Anos Dourados", quando foram encenadas obras que revolucionaram a moderna dramaturgia brasileira como "Pequenos Burgueses" de Gorki e "O Rei da Vela" de Oswald de Andrade. Durante os anos de chumbo da ditadura militar, o inevitável exílio levou o grupo, entre os anos 1970, a realizar trabalhos em Portugal, Moçambique, França e Inglaterra, com a produção de obras cinematográficas como o "25" que narra a libertação de país africano e "O Parto" sobre a Revolução dos Cravos.




Após a reabertura da democracia brasileira, o grupo do Teatro Oficina voltou a se reunir em São Paulo e durante dez anos, trabalhou para levantar o novo teatro, com projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi, aberto em 1993, inaugurando nova fase em que obras clássicas da dramaturgia mundial como "Hamlet" de Shakespeare e "Bacantes" de Eurípides foram realizadas à moda de Óperas de Carnaval "Eletrocandombláicas", modernos musicais brasileiros com elenco coral numeroso e banda ao vivo conquistando um público jovem em São Paulo e Brasil afora.
Uma nova virada no trabalho de pesquisa e produção do Teatro Oficina ocorreu no início do século XXI, com o trabalho de "transversão" de "Os Sertões", de Euclides da Cunha. "Em um processo que durou 7 anos, de 2000 a 2007, o Oficina abriu-se ainda mais para o social e as questões de educação, urbanismo, e comunicação, questões da cultura tratada como infraestrutura, passaram a ser trabalhadas com vigor e profundidade pelos atuadores do grupo em uma verdadeira campanha de desmassacre", diz a produção. Nessa época, a partir de 2002, nasceu o Movimento Bexigão, trabalhos artísticos realizados com as crianças e jovens em situação de risco social no bairro do Bexiga, onde situa-se o Oficina. A cultura desses herdeiros dos sertanejos de Canudos misturou-se à cultura cosmopolita e o grupo e público tornaram-se heterogêneos em suas classes sociais e etnias. 


 
"Os Sertões", cinco peças que somam 27 horas de teatro, iniciaram-se com a estreia da primeira parte "A Terra" em 2 de dezembro de 2002, no aniversário de cem anos do livro e encerraram-se em 2 de dezembro de 2007, último dia de apresentação dos cinco espetáculos no sertão de Canudos, palco original do massacre narrado por Euclides da Cunha. A trajetória dessa obra incluiu apresentações pelo Brasil e na Alemanha, abrindo a temporada de outono do Volksbuhne em Berlim, no ano de 2005.
Os 50 anos de formação do Oficina, em 2008, foram celebrados com fertilidade, gerando quatro novas montagens, "Os Bandidos" de Schiller, "Cypriano e Chan-ta-lan" de Luis Antônio e Analu Prestes, "Taniko" de Zen Chiku, um nô japonês devorado pela bossanova e "Vento Forte para um Papagaio Subir", primeira peça escrita por José Celso, diretor da Companhia. Em 2009 algumas dessas peças ficaram em cartaz e duas novas montagens nasceram: "O Banquete" de Platão, montado a partir de oficinas realizadas em Zagreb na Croácia com estreia em junho e "Estrela Brazyleira a Vagar - Cacilda!!" de Zé Celso, segunda parte da tetralogia que narra a vida da grande atriz brasileira Cacilda Becker, estreado em setembro. Em 2010 a Companhia percorreu oito capitais brasileiras com quatro espetáculos de seu repertório, "Taniko- O Rito Mar" de Zen Chiku, "Estrela Brazyleira a Vagar- Cacilda!!, Bacantes de Eurípedes e Banquete de Platão.


 
 

Sobre o Fundador do Teatro Oficina
José Celso Martinez Correa é diretor artístico do Teatro Oficina e presidente da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona. Fundou o grupo em 1958 na faculdade de direito do Largo São Francisco e até 1974, quando foi preso e torturado e teve de deixar o Brasil para trabalhar com liberdade na Europa e na África, dirigiu grandes montagens teatrais que entraram para a história da dramaturgia mundial. Entre elas Pequenos Burgueses, de Górki, O Rei da Vela de Oswald de Andrade, que marcou o início do teatro pós-moderno brasileiro e Selva das Cidades de Brecht. Com a reabertura do país Zé passou a trabalhar mais intensamente e ao lado de outros artistas fundou a Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona que tem em seu estatuto o objetivo de tocar os tabus e transformá-los em tótens. Zé Celso esteve à frente do grupo durante estes 51 anos e sua capacidade provocadora e profundo conhecimento cultural e filosófico causaram sempre movimento de evolução para a arte praticada no teatro, sempre renovada e plugada nos acontecimentos da hora. Referência mundial no teatro contemporâneo é admirado e respeitado por artistas de todas as áreas, e no Brasil é amado e respeitado como verdadeiro conselheiro. Conhecido por sua imensa bravura na luta cultural pelos direitos humanos e contra as opressões, hoje é um diretor pronto a trabalhar como treinador de uma grande seleção de teatro nacional.
 

Oficina com José Celso Martinez (para atores e performers)
Dia: 26/03
Hora: 14h
Local: TAM
Informações: 84 3232 9702
 

Palestra sobre Teatro com José Celso Martinez
Dia: 27/03
Hora: 20h
Local: TAM
Entrada Gratuita

Mais informações sobre José Celso, Teatro Oficina e fotografias:
http://teatroficina.uol.com.br/ 


Diretora do Teatro Alberto Maranhão (TAM) – Dione Caldas – 84 8127 2758

Fotos: Reprodução da Internet e Folha de São Paulo.




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