quinta-feira, 29 de março de 2012

Isaura Rosado lamenta morte de Ademilde Fonseca

A secretária Extraordinária de Cultura do RN, Isaura Rosado, lamentou a morte de Ademilde Fonseca, cantora potiguar, nascida em Pirituba, radicada no Rio de Janeiro desde os anos 1930, que morreu aos 91 anos em seu apartamento. Impossibilitada de participar do velório, Isaura Rosado, que esteve pessoalmente com ela há cerca de dois anos e meio, fez questão de enviar Nota de Pesar à família. Ei-la:

Conheci Ademilde Fonseca numa agradável tarde no seu apartamento no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro, há pouco mais de dois anos. Tínhamos o intuito de entrevista-la para que figurasse entre as ilustres mulheres potiguares, na Revista da Fundação de Apoio à Pesquisa do RN (Fapern), de número 16, dedicada aos nomes femininos que nos legam feitos nas mais diversas áreas. E ela, certamente, fazia parte desse seleto rol, na área cultural. Hoje, tenho absoluta certeza de que todo o estado do Rio Grande do Norte chora nesse momento a perda dessa ilustre filha, que nasceu em Pirituba, se mudou para Natal e viveu parte de sua juventude entre os bairros de Tirol e Petrópolis, na casa 517 da nossa Avenida Afonso Pena e que cantou e nos encantou pela derradeira vez na capital potiguar, no projeto musical da Assembleia Legislativa do Estado, também há pouco mais de dois anos.

Ao se instalar no Rio de Janeiro, em meados do século passado, a história do gênero musical do Choro fica dividida em antes e depois de Ademilde Fonseca. Antes dela, o choro não era cantado. Dona de uma voz espetacular foi ela a responsável por imortalizar uma das grandes referências desse gênero no Brasil e mundo afora. A música de Zequinha Abreu, Tico-Tico no Fubá, sob a letra de Eurico Barreiros, jamais teve intérprete tão talentosa e jamais poderia ter alcançado tanta popularidade, não fosse através dela e de suas célebres apresentações na Rádio Nacional.
Não termos mais Ademilde Fonseca em nossos domínios telúricos é a mesma coisa que termos um cavaquinho sem cordas, uma flauta sem sua doçura e uma andorinha sem seu canto. Lembro-me que ela nos disse durante a entrevista algo extremamente marcante para quem faz o que ama: "Vou dormir cantando e acordo cantando. Uma vida sem canto é uma alma sem espírito".

Resta-nos agora liberdade da eterna memória. Essa dádiva dedicada, sobretudo, aos que por esta vida passam e deixam suas marcas, sua história, seu canto. Vá Ademilde! Vai alegrar os anjos que já devem estar em festa pela tua chegada.

Meus sentimentos à filha Eimar Fonseca, aos netos, bisnetos e amigos.

Isaura Rosado




 Fotos extraídas da internet.

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